DOUTORA PAULA GUIMARÃES
A Doutora Paula Guimarães é Directora da Fundação Montepeio, uma instituição que apoia projectos de reinserção, sendo de realçar o assinalável interesse na ajuda aos excluídos por parte desta instituição bancária. No tema da sua conferência falou de improviso sobre o envelhecimento e dignidade, apelando ao esforço individual e colectivo, numa cruzada que exige consciencialização. De uma parte do que nos disse extraímos o seguinte texto:
A promoção da dignidade do Ser Humano é um permanente desafio ao longo de todo o ciclo de vida, acompanhando o percurso individual e garantindo a inclusão plena de cada cidadão.
Trata-se de um repto que apresenta dificuldades acrescidas quando falamos de populações potencialmente mais vulneráveis, como é o caso das pessoas mais velhas.
Não que a idade traga, automaticamente, uma fragilidade acrescida, mas as dependências físicas, psíquicas e económicas que, por vezes, emergem nas fases mais avançadas da vida, podem originar uma perda de poder social.
Apesar dos Princípios das Nações Unidas expressamente consagrarem a Dignidade como um Direito essencial das pessoas idosas e a produção legislativa nacional e internacional ser prolífera em matéria de salvaguarda dos seus direitos, o que é facto é que em Portugal nem sempre é fácil assegurar a promoção da dignidade deste grupo populacional.
Muitas das pessoas idosas permanecem autónomas até idades tardias, desempenhando funções influentes, liderando movimentos associativos, marcando a vida da sua família, mas o número crescente de indivíduos com dependência e incapacidade, levanta questões novas e desafios complexos.
Garantir a autonomia, a auto-determinação, a independência, a segurança e o acesso aos cuidados, são pressupostos de uma vida digna, que continuam a faltar a um número significativo de idosos, muitas vezes manipulados, explorados financeiramente, com dificuldade na obtenção de vaga em equipamentos e serviços sociais e sem rede familiar de apoio.
Lutar por uma dignificação da pessoa idosa exige um esforço individual e colectivo, o envolvimento da sociedade civil e uma profunda reinvenção do Estado, para que possa cumprir as suas tarefas fundamentais.
Cinco estratégias integradas podem ajudar:
Semear afectos ao longo da vida, reinventando a noção de família e investindo num reduto seguro de entre-ajuda;
Planear o próprio envelhecimento, apostando na protecção social complementar e na participação activa;
Apostar na formação e dignificação dos profissionais que actuam no domínio da intervenção gerontológica e geriátrica;
Adaptar a legislação da família, do suprimento da incapacidade e do direito sucessório às novas dinâmicas familiares, promovendo a salvaguarda do património e a prevenção da exploração financeira;
Desenvolver as respostas sociais, sob a égide da qualidade e do respeito pelos direitos dos clientes.
A defesa da dignidade do Ser Humano ao longo da sua vida e, com especial ênfase na velhice, é uma cruzada que nunca cessa e que nos diz respeito a todos, exigindo-nos consciencialização, envolvimento e uma atitude pró-activa de informação e de reivindicação responsável.
Paula Guimarães
2009
Envelhecimento e Dignidade
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