Terça-feira, 3 de Junho de 2008

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O ESTAFETA

 

MADDIE E OS SINAIS DE UMA CRIANÇA ANGUSTIADA

 

Comentários oriundos da opinião pública com ilações que, pouco tendo de
bases palpáveis em concreto, valerá a pena ter em conta pela análise e relacionamento de questões que pairam no ar, mesmo sem algo convincentemente esclarecedor para as autoridades envolvidas na investigação. É que, no campo das hipóteses, as diligências  não terão sido suficientemente levadas ao extremo das provas.
Em face dos equívocos e dúvidas que pairam na mente das pessoas e sem se escamotearem as probalidades, todos os pormenores podem ter interesse para a investigação e para as polícias, estas também confrontadas com os enigmas e com as dúvidas subjacentes.
 

EditorialSegurança e Prevenção dos crimes

 

COMBUSTIVEIS: Se o Estado reduzisse o ISP de 60 para 50%, obteria maiores receitas.

 O elevado preço dos combustíveis não é só problema de quem consome, é também de competitividade  económica no espaço comunitário.

 

ORIGENS DO ATRASO E DAS CRISES COM AS TERAPIAS ABANDONADAS

 

Em termos intemporais temos de falar das causas do passado, do presente e do futuro. As soluções existentes são óbvias mas não  aceites por quem tem a responsabilidade de gerir os destinos do país.

 

O OUTRO LADO DA POBREZA

 

Em alguns países não haverá recuperação enquanto não forem investidos dirigentes sérios e competentes.                        

Principalmente em alguns países africanos a extrema pobreza não existiria se fossem desenvolvidas as reais potencialidades de desenvolvimento económico, desde as actividades agro-pecuárias aos recursos naturais.
As independencias representaram a implantação de soberanias irreversíveis, mas a expulsão dos colonizadores e a ocupação dos lugares da hierarquia dos estados por pessoas que não adquiriram as devidas capacidades morais e cívicas, a par da incompetencia para os cargos, deitou tudo por terra.

 

 

 

 

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O SONHO DA INDIA

 

 

 

Peça teatral de 1898, preciosidade rara escondida nos escaparates

 

Leonardo Ribeiro - Tudo tem o seu logar, senhor mata-mouros! A espada para os homens e a guitarra para as mulheres. Tu imaginas que eu vou à India, só com a mira de enriquecer?
Fernão Velloso - Julgava. Ninguem lá vae por outra cousa. Eu cá...
Leonardo Ribeiro - Pois enganas-te.
Fernão Velloso - Pensava que precisavas de um pouco de oiro, para enterneceres aquelle marcador da Rua Nova...
Leonardo Ribeiro - O pae da Leonor?... Deixa-me que isso é um judeu...
Fernão Velloso - Se fosse commigo...
Leonardo Ribeiro - Matava-l`o?Eu logo vi. Mas com esse processo vaes despovoar a India de homens...(rindo).
Fernão Velloso, rindo - Despovoâmos...tu trazes as mulheres...
Maria Parda - Deus vos salve, fidalgos.
Leonardo Ribeiro - Olha a Maria Parda! Também embarcas?
Maria Parda - Deus me livre. Isto de viajar, por mar, mette muita agua; e eu lá de agua...arreneguei.
Fernão Velloso - Que vens cá fazer?
Maria Parda - Ver a partida, e dizer adeus ao filho do João do Lumiar.
Leonardo Ribeiro - Quem é esse?
Maria Parda - O taberneiro da Mouraria...
Leonardo Ribeiro - Um que tinha uma filha...
Maria Parda - Esse é. Como vos lembraes!... Pois o filho prometeu-me meia canada de vinho, na despedida. Venho por ella...que não vá elle embarcar...que se não lh`a apanho á ida...(olhando os lados)á volta, não é lá muito certa!
Fernão Velloso - Então vê se o vês. (Risos)
Maria Parda - Vou ver, vou. Com licença de vossas senhorias e boa viagem! (corteja e sae)
(ouvem-se repiques de sinos e um ruído ao longe)
Fernão Velloso - El-Rei sae da capella. Toca a embarcar.
Leonardo, olhando para um par de namorados que passa abraçado - Olha aquelle par!
Fernão Velloso - Que tem?
Leonardo Ribeiro - Pobre rapariga. Olha como é bonita, a chorar!
Fernão Velloso - Deixa-te d´isso, agora. Já não há tempo.
(o par desapparece.  Ruído aumenta. Ouvem-se canticos)
Vozes - El-Rei!El-Rei!
(Ouvem-se toques de cornetas. O cotrejo apparece.El-Rei á frente de capitães. Precedem-n`o arautos, passavantes, reis de armas, etc. Sob o pallio, o Bispo de euta, leresia, frades, com tochas accesas; cercados pelo povo)
Um official, a um marinheiro - Fazei aproximar o bergantim. ( O marinheiro sae correndo. O cortejo pára).
D. Manuel - ...Todos os meus esforços puz em que nada vos falte. Resta que Deus vos ajude, agora!
Vasco da Gama - Ajudará, que por signal levâmos a cruz de Christo, e em sua maior Glória trabalharemos.
(o marinheiro volta; falta ao official)
Um official, a Vasco da Gama - Podeis embarcar.
Vasco da Gama - Senhor (ao Rei) espero as vossas ordens.
D. Manuel - Capitães e amigos. Eu vos digo que é este, para mim um momento solmne!Ides, pela nossa terra e por mim lançar-vos  nos perigos de novos mares, affrontar longos trabalhos, arriscar as vidas! Mais uma vez, ireis procurar, por mares estranhos, essas Indias maravilhosas, que se esconderam das nossas caravellas e evitam as proas das nossas naus! Não se encontrou o seu caminho, até hoje: pois é preciso, absolutamente, determinal-o agora! Vae n`isso a nossa fama de marinheiros, e a posse de uma opulencia. Precisa para sustentar o predominio dos mares! De mais, rejeitámos o offerecimento de Christovam Colombo, temos de provar que se o feliz Genovez se não enganou, também tinham razão os nossos astrologos e mathemáticos! Vede o valor de tal viagem! Pelo vosso, estou tranquillo! Pela vossa coragem, capitães, arriscaria, se fosse mister, o meu spectro e a minha corôa! Mas sobre nós, em cima dirigindo nossos destinos, Deus manda. Acabámos de invocar, de dentro do coração, com a promessa de dilatar os dominios da sua fé! A elle vos encomendae, sempre! Que elle nos tenha ouvido e vos acopanhe em vossos trabalhos e perigos! Lvaes convosco a glória de um rei e a felicidade de um povo! Que um feliz vento enfune as vossas vélas! E que volteis credores da minha gratidão, do reconhecimento da pátria e da admiração do mundo! Bravos capitães, podeis patrir. (Os capitães, inclinando-se beijam a mão ao Rei, e despedindo-se de outros, vão saino.à maneira por que se despedem o Rei repete: Boa viagem, boa viagem! - Sairam todos. Há um momento de espera. O Rei está no primeiro plano, um pouco atrás fidalgos e o judeu Zacuto, astrólogo. Vê-se movimento nas naus) Mestre astrólogo acreditaes que esta é a viagem da India?
Mestre Zacuto - Esta é, Senhor. Assim vol-o prophesitei, e aempenho a minha cabeça em tal abono.
D. Manuel - assim o lestes?
Mestre Zacuto - No céu!
(N´este momento apparece o bergantim real com os capitães e Vasco da Gama á frente. Sairam os navios todos. O povo grita; agitam-se lenços. El-Rei saúda. Os navegadores descobrem-se, ao passar)

O PANNO DESCE

 

 

Quadro Sexto
Uma camara na nau S. Gabriel

Vasco da Gama descendo para a camara, seguido de Gonçalo Pires; excitado - Tendes entendido o que quis dizer Nicolau Coelho de bordo da sua nau?
Gonçalo Pires - Agora?
Vasco da Gama - Agora em sua falla?
Gonçalo Pires - Não o ouvi, claramente.
Vasco da Gama - Ouvi eu. É um aviso encoberto. Disse-me que era bom que arribassemos: porque a cada hora viamos a morte diante dos olhos! Nicolau Coelho, não é marinehiro que pense na morte.
Gonçalo Pires - Assim é.
Vasco da Gama - Mas disse mais. Que nós capitães, o não queriamos fazer era justo que tantos homens que iam em nossa companhia, que com lagrimas e rogos tão piedosamente podem que o façamos, o façam elles!
Gonçalo Pires - O quê?
Vasco da Gama - Ouvide: matando-nos ou prendendo-nos. Percebeis? Não é Nicolau Coelho que falla, que ameaça.
Gonçalo Pires - De certo. É um aviso, não é uma ameaça.
Vasco da Gama - E concluiu: que olhemos por nossas vidas, cada um por si, como ele próprio.
Gonçalo Pires - De certo. É um aviso, não é uma ameaça.
Vasco da Gama - E concluiu: que olhemos por nossas vidas, cada um por sí como elle próprio!
Gonçalo Pires - É uma revolta!
Vasco da Gama - Eu vou olhar pela minha. Chamae os meus creados. (Gonçalo sae; ouve-se ruído na tolda, apitos, vento) Arribar! Voltar! Podem gritar à vontade, pedir, vociferar; não vim para recuar como bartholomeu Dias. Havemos de lá chegar todos ou não volta nenhum. O capitão mór sou eu, eu só, vão vêl-o. (Entra Gonçalo e tres creados) Preparae-me as algemas e os ferros e sêde mudos. Estae ahi prestes para quando vos chamar. Depressa (Saem os creados) Ide acima e dizei a Diogo Dias, o escrivão, que desça, o mestre, o piloto e os officiaes. (Gonçalo sae). Vão ser attendidos. (Descem todos) Rapazes: que clamos são estes e brados, há tantos dias como gente louca?
1º Marinheiro - Capitão, ninguem pode já com tantos trabalhos e privações! Há dois mezes sem um dia de descanço, alagados, cheios de frio e de febre, a ver a morte a toda a hora, e a procural-a como gentes bestiaes.
2º Marinheiro - Queremos voltar, ou arribar, ao menos.
3º Marinheiro - Morrer ao pé dos nossos, na nossa terra.
1º Marinheiro - Isto é tentar deus. Não há salvação para ninguém: metade vão mortos; nós outros morreremos em pé.
Vasco da Gama - Julgaes, vós outros, que não seja tão desagradavel o morrer como a vós? Cumpria as ordens de El-Rei Nosso Senhor, cumpria. Que ora vou deixar de cumprir por me parecer que o devo fazer. Não me julgueis tão cruel que não me dôam vossas lágrimas e tormentos. Em vossos corpos mando,mas em vossas almas, não, e não quero dar conta a Deus das que se percam em peccado, na desesperação!
Vozes - Ah! Capitão.
1º marinheiro - Deus fallou á vossa alma.
Vasco da Gama - Trabalharemos pois, por nos salvarmos que em o mar e o vento deixando, arribaremos.
(Signaes de alegria, levantando as mãos ao céu).
2º Marinheiro - Capitão, Deus vos pagará.
3º Marinheiro - Nossa Senhora vos aude.
Vasco da Gama - Ouvi, porém. Como tenho de dar conta a El-Rei por que não cumpri suas ordens até ao fim, preciso de um auto assignado pelos mais entendidos em cousas do mar, em que prove que não por minha vontade voltei, sem chegar à India.
Vozes - Assignaremos, capitão, assignaremos.
1º Marinheiro - El-Rei não póde querer mais de nós.
2º Marinheiro - Temos feito quanto os homens podem fazer.
Vasco da Gama - Sr. Diogo Dias.
Diogo Dias - Sr. Capitão Mór.
Vasco da Gama - Ides lavrar o auto. Subi que eu vos chamarei aos poucos para assignardes. (Vão subindo). Fiquem tres dos marinheiros mais entendidos nas cousas do mar. Nomea-os vós, Mestre Gonçalo.
Gonçalo Pires, a tres marinheiros - Ficae, vós.
 (Os tres ficam, os restantes sobem; o escrivão faz o auto)
Vasco da Gama, passeia e dicta - Que depois de passarmos o cabo, nunca mais nos deixaram os temporaes, ao largar da bahia de S. Braz. Que há quarenta dias que o inverno nos cerca de tempestades; que não se distingue o dia da noite; que as correntes ora nos levam para diante, ora nos arrastam para trás, em todo o caminho andado. É isto?
1º Official - Sim, meu capitão.
Vasco da Gama - Que atirando-nos a dentro ao mar para evitar a costa, as naus jogam de modo que se abriram as cubas da agua e estamos de agora expostos a todos os horrores da sêde. Que os navios mettem agua por toda a parte e já não ha um homem são, para as bombas! Que mais de metade caiu doente e os que restam estão cheios de terror e de desanimo. Que se não ouve, dia e noite, senão gritar por Deus e pels santos e pedir a morte como remedio a taes soffrimentos e trabalhos! Que maldizem a hora do nascimento e que as almas se perdem no desespêro! Que assim cedo a seus pedidos, com a opinião dos homens sabedores, que assentam que no estado em que vão homens e naus a morte é quasi certa, de todos! Que assim me vejo forçado a ceder! Que veja El-Rei, etc. Estaes satisfeitos?
2º Official - Deus ouviu as nossas orações, que vos abrandou o coração, sr. Capitão mór.
Vasco da Gama, a um marinheiro - Abri essa escotilha. Descei sr. Escrivão (aos marinheiros) Ide assignar, em baixo (a Gonçalo) Chamae o mestre da nau, Gonçalo Alvares. (Gonçalo Dias sobe) Avisae (á escotilha que fecha) quando tiverdes assignado. (o mestre chega) Vindes assignar tambem?
O mestre da Nau - Sim, sr. Capitão mór.
Vasco da Gama - Achaes que é justo, que é honroso recuar?
O mestre da Nau - Entendo que se deve fazer, que é preciso.
Vasco da Gama - Tendes razão. Haveis de recuar. (para dentro) Lançae-lhe os ferros.
(Os creados apparecem e executam)
O mestre da nau - Sr. Capitão mór!
Vasco da Gama, tirando a adaga - Nem uma palavra, ou prego-vos a lingua. (A Gonçalo Dias) Dizei a Pero de Alemquer que desça. Tinheis então resolvido substituir-nos? Levar-nos presos a Portugal? Que bello premio vos daria El-Rei! (Pero de Alemquer chega) amarrae-me esse piloto maldito! (Os creados agarram-n`o de chofre) que vinha assignar a minha vergonha, com a sua cobardia! Cobarde, não velhaco! Chegou-te agora o medo? Coitado! Querias desforrar Bartholomeu Dias, que é capitão e obedece aos pilotos? Enganaste-te. Hei de levar-te a El-Rei, assim; acorrentadi como um sabujo! Elle te pagará a traição!
Pero de Alemquer - Senhor, pedir não é atraiçoar.
Vasco da Gama - Que pediste tu?
Pero de Alemquer - Eu, por mim, nada. Pedem-vo-lo, há vinte dias, todos os companheiros, porque é louco quem corre para a morte.
Vasco da Gama - Has de ver que ainda é mais louco, quem corre para a forca. (Á escotilha) Já assignaram esses sabios? Que subam. Ponde-os a ferros e mandae-mos todos a cima, ao convés! (Sobe a escada, porque em cima há grande grita).

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  E D I T O R I A L
SEGURANÇA E PREVENÇÃO DOS CRIMES

 

 Quando se apela à segurança, logo existe insegurança. Pela criminalidade violenta, pelo tráfico e consumo de drogas, furtos e a corrosiva instabilidade na sobrevivência.

     No folguedo cruel da instabilidade envolvendo criminosos, as leis afectas à ordem pública e as autoridades do Estado, os atentados à integridade física dos cidadãos e dos seus bens assumem ocorrências endémicas  e de crescente polarização, enquanto se ignoram muitas das origens e das causas. Estas deviam ter prioridade no combate ao crime. Ao invés, as armas falam mais alto num palco de cenas delirantes, ignorando-se os povos famintos. Como nas guerras com crescente poder bélico, a descrição que me ocorre é esta: malditos os que ganham, desgraçados os que perdem!... Os que perdem ficam desgraçados e inferiorizados; os que ganham, ganham o quê? A bandeira da barbaridade e alimento para a inclemência com o sangue derramado?

    No estado em que este nosso mundo vive, na guerra como no combate ao crime, muitos são os indivíduos com pretensões a feitos e a eloquências sem reflectirem na condição humana. Quem tem o poder de mandar encontra apoio e consistência  nas opções de que dispõe, a declaração de defesa ou de ataque. Invertem-se os valores cívicos e sociais quando a violência serve para sustentar o argumento  da defesa nacional ou da ordem pública, pela moral que se transmite e se assimila na imoralidade.

     Por esse mundo fora, através das televisões, é-nos dado a conhecer o terror que grassa com as guerras, com o terrorismo, e a outra guerra que se move contra a criminalidade. Aludirei somente ao conhecimento que temos do que se passa no Brasil - uma ilustração de si bem representativa. As favelas mostram-nos a pecha social de onde emana o crime avassalador. Mulheres jovens do interior deslocam-se para as cidades onde a garantia de uma vivência digna não existe e só lhes resta venderem o seu corpo como única forma de sobrevivência; a justiça paralela dispõe de bolsas de jagunços à espera de alguém que lhes pague para assassinarem seja quem for, mesmo pessoas íntegras na sua postura cumpridora das leis e do respeito pelo próximo; muitos ricos usam as estradas do ar para chegarem de helicóptero ao seu local de trabalho; em cada esquina espreita o assalto e a agressão física. Que sociedade é esta em que já se provou que a repressão como única forma de combate à criminalidade não resulta?

     Dentro dos princípios por que a APPDH se rege, a via para a redução das acções criminosas só pode passar pela assistência às populações necessitadas, quer em meios materiais e sociais, quer pela sensibilização. Aqui a polícia terá em primeiro lugar a missão de acompanhamento das equipas que com fins nobres se ocupem destas causas, para velarem pela segurança, mas sem apresentarem as armas em posição de fogo, antes demonstrando postura pacifica e cooperante. As equipas a que faço alusão devem ser compostas por assistentes sociais e por psicólogos, em que se deve integrar um representante do governo. Deve ser elaborado um inventário das necessidades emergentes, com resposta se não de imediato, no mais curto espaço de tempo possível.

     Acontecerá inevitavelmente existirem indivíduos que, comprometidos com a chefia da criminalidade e dos ghettos, não aderirão a estas campanhas, porque só a desordem lhes interessa. Estes sim, devem ter a polícia atrás de si e responderem pelos seus actos. Os resultados positivos acontecerão com a participação das populações, uma vez que passam a desfrutar de uma vida mais dignificante.

     A par destes programas de assistência e reabilitação, a governação deve criar condições de fixação das populações no interior com programas de desenvolvimento e da criação de emprego. O território brasileiro tem desmesuradas aptidões agrícolas e na época em que vivemos - e devido ao crescente aumento de consumo dos biocombustiveis -, toda a produção de cereais e de oleaginosas têm mercado assegurado e a preços mais compensadores. Nunca se proporcionaram tão promissoras condições para o incremento das actividades agrícolas e do desenvolvimento do interior, seja no Brasil seja em qualquer país, com tradições agrícolas. Também devem ser implementadas campanhas de constituição de pequenos e médios empresários, face às descomunais possibilidades que o território oferece, sendo imperioso excluir a indigência com uma política assistencial e de sensibilização.

     Genericamente, os consumidores de drogas devem ser retirados das ruas e de outros locais logísticos para serem tratados em clínicas e recuperados. A prostituição deverá ser drasticamente reduzida mediante a implementação de condições de vida para as mulheres que vendem o seu corpo como único meio de subsistência. Aos sem-abrigo deve proporcionar-se-lhes emprego para que estejam ocupados e ganhem o seu próprio sustento. Os desprovidos de capacidades físicas para o trabalho devem ser alojados em estabelecimentos assistenciais, estatais ou privados. A pobreza extrema deve ser contemplada com meios de uma sobrevivência digna. O Estado social deve demonstrar que toda a pessoa é gente, com o direito de viver dignamente.

     Chegados a este ponto estou a ouvir vozes discordantes, que me dizem: "Onde vamos buscar tanto dinheiro para contemplar todas estas acções?" A resposta é óbvia e concludente. E quanto custam as acções repressivas e o flagelo social? E os encargos com as prisões e o aumento de processos criminais? E os danos causados por furtos - companhias de seguro incluídas - e pela violência atroz?

     No entanto, todos compreendemos que as capacidades financeiras não dispõem,  no imediato, de meios suficientes para o arrepiar caminho nem para alterar as estruturas da justiça no curto prazo. Tudo tem de ser feito com o devido peso e medida. Os programas que sugiro devem ser objecto de estudos e envolver os países mais ricos, com dotações para o efeito. Se o exemplo é a melhor forma de educar e corrigir, estes movimentos de acções visando a dignificação do homem vão ter repercussão universal. E se a comunidade internacional promove meios para acudir a situações de catástrofes, devemos entender o significado da grande catástrofe que representam os problemas que atrás mencionei. Diminuam-se os esforços de guerra, as verbas no fabrico de armamento e logo teremos meios suficientes e  disponibilidades financeiras para acudirmos ao flagelo social e  diminuirmos a criminalidade. Em concreto e falando do Brasil, este país deve elaborar projectos a submeter às organizações e comunidades internacionais ( a ONU será uma delas) para que se possam estender a todos os países necessitados, uma vez se materializem os resultados no próprio Brasil. Porque, no fundo, nenhuma pessoa nem nenhum país estão isentos de culpas em relação a todo o mal que grassa, seja em que ponto do mundo for.

     Atenção aos brasileiros: não tomem as minhas críticas e os meus conselhos como afronta ao Brasil, podendo ser entendido que, de facto, este país é o cancro da humanidade. Longe disso, situações idênticas - e mesmo mais gravosas - acontecem em vários pontos do mundo, que não valerá a pena especificar. Porque o que nos deve interessar é a resolução dos problemas. Mas as situações anómalas que grassam no Brasil e a que aludi são reais, pecando pela modéstia descritiva. Se tivesse de aludir a outros países e a outras situações no cenário universal não poderia ser menos cáustico. Onde existem populações privadas de pensarem com a sua própria cabeça, interditadas à frequência de hotéis só disponíveis aos estrangeiros, o condicionamento à informação e a proibição ao uso de aparelhos de rádio e de televisão, quando já não podem desfrutar de água potável e de energia eléctrica. O importante é reconhecermos os males existentes e  lhes colocamos fim em prol de um mundo melhor e dignificador da espécie superior que somos.

      Este é um dos modestos contributos que pretendo deixar a quem de direito e que desejo não esbarre em orelhas moucas, dentro dos princípios que me motivaram à iniciativa da criação da APPDH para a Promoção e Dignificação do Homem.

 

       O Director

    

      MADDIE  E OS SINAIS DE UMA CRIANÇA ANGUSTIADA

 

Alguns dias depois do desaparecimento de Maddie na Praia da Luz, viajava eu num dos comboios da linha de Sintra e, sentadas ao meu lado, três senhoras comentavam o desaparecimento da criança. Referindo-se às primeiras fotos surgidas na televisão, terão detectado uma criança algo angustiada, como se sentisse que o seu destino estava traçado. Há sempre a tendência para juízos pessoais, com base nas informações e nas imagens disponíveis. E se é verdade dizer-se que "não há fumo sem fogo", também se deve ter em conta o que é ou não fidedigno. Parafraseando o velho ditado, "quem conta um conto acrescenta um ponto"...

     Referiram-se também ao muito que se teria dito, de que às crianças eram  administrados barbitúricos para dormirem, o que a ser verdade achavam condenável para "miúdos" daquelas idades, para mais sendo os pais médicos, com inteira percepção dos efeitos nefastos que tais drogas poderiam provocar.

     Sobre o mais que se veio a dizer (ou a especular?) a criança terá sido  arrancada da cama e retirada por uma janela. Que essa janela estivesse aberta também seria objecto de especulação, tanto mais que os pais estavam a exercer vigilância e como medida de segurança as janelas deviam ter ficado fechadas. Também seria normal que, já na rua e nos braços de um estranho, a Maddie chorasse e pedisse socorro, o que ninguém terá presenciado... "A não ser que estivesse de tal forma sob o efeito das drogas  que não desse para acordar" - disseram ainda as tais senhoras. Fica no entanto a ideia de que quem fez desaparecer esta criança tinha perfeito conhecimento da sua existência e da morada.

     Terá havido também alguém ligado à investigação que falou em práticas sexuais conotadas com o swing, não se sabe com que fundamentos e com que objectivos, o que não terá passado de uma expressão precipitada e indiscreta, dado que nunca mais se falou em tal... Todavia, a opinião pública não ficou esclarecida.

     Retomando os comentários das senhoras do comboio, as duas crianças gémeas deveriam ter sido submetidas a exames para se apurar se teriam tomado medicamentos para dormirem, e quais. Mas também não vou ser eu a dissertar sobre factos ou diligências que certamente não terão escapado à Polícia Judiciária, sendo todavia interessante que alguns equívocos ou lapsos que ainda não são do conhecimento público o passem a ser, e que tal como sustentam os pais MacCann, a criança possa estar viva e seja recuperada.

      Quanto a mim e depois de tanta envolvência e de tanto mediatismo, sem que algo de concreto tenha sido apurado, defendo aquilo que insistemente sustento: os crimes devem resolver-se, a todo o custo, pela prevenção. Os muitos e horrendos crimes que grassam por esse mundo fora mostram-nos, inequivocamente, o estado demente da sociedade em que vivemos a nível universal.
 
Os criminosos vivem num estado demente permanente e as prisões não representam solução cabal, embora sejam parte da solução. Assim,  ao mesmo tempo que as crianças devem ser bem resguardadas, os pedófilos têm de  ser submetidos à necessária cura. Os pais infanticidas e os raptores também! A uns e outros  deve incutir-se-lhe a necessária consciência  de quanto são indignos e bárbaros os seus actos, para seres que fazem parte da condição superior a que todos pertencemos,  porque a cultura da dignificação está por fazer.

     V. E. Sousa

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POBREZA E DESIGUALDADE SOCIAL

 

DA POBREZA EXTREMA À RIQUEZA CHOCANTE

 

Por:João Carlos Fonseca

Advogado e Jornalista

 

 A Terra pertence a todos, não apenas aos ricos. A pobreza é, pois, uma injustiça criada pelo Homem. Assim, deve pesar na consciência colectiva e individual – na razão proporcional da fortuna e capacidade de intervir – cada ser humano que diariamente morre à fome.

 

A subida descontrolada e especulativa do preço do petróleo; o consequente aumento dos transportes e da generalidade dos produtos – sobretudo dos bens de consumo essenciais –; e todos os sinais e previsões, que nada perspectivam de bom, avolumam a crise económica e acentuam a crise social, gerando uma pobreza insuportável numa sociedade que se revela cada vez mais injusta na distribuição da riqueza.
O Eurostat – o organismo estatístico europeu – apontou Portugal como o país com mais desigualdades na distribuição de rendimentos entre os 25 países da União Europeia e o único com um desnível entre pobres e ricos que é superior ao dos Estados Unidos.
O mesmo relatório referiu ainda que, actualmente, há em Portugal 957 mil pessoas a viverem com menos de 10 euros por dia.
Não obstante os dados do Instituto Nacional de Estatística, que pretendem contrariar a evidência de que as desigualdades estão a aumentar e a pobreza a crescer – situando o último risco calculado de pobreza em Portugal nos 18 por cento; e afirmando uma redução de uma décima percentual nas desigualdades sociais entre 2004 e 2006, de 6,9 para 6,8 por cento –, a preocupação domina a generalidade dos cidadãos e não se afasta um milésimo de um limite que há muito é crítico.
A informação agora disponibilizada vem ao encontro de outra amplamente divulgada, dando conta de que um em cada cinco portugueses é pobre, num universo que atinge os dois milhões.
Parece-nos igualmente dramático reconhecer que muitos dos "novos pobres" têm emprego, mas que o salário não chega para as necessidades diárias. E também não é menos insuportável constatar que se não fossem os providenciais subsídios do Estado o cenário podia ser bem pior, dado que sem eles cerca de quatro milhões de pessoas correriam o risco de pobreza.
Ao mesmo tempo acentua-se o fosso entre ricos e pobres. Os primeiros, em média, têm aumentado a sua fortuna em cerca de um terço, mais de trinta por cento, enquanto a média dos portugueses que trabalham e vivem por conta de outrem não vai além de uns muito suados dois e meio por cento, a todo o instante ultrapassados pela inflação e subida dos preços.


Os números do Relatório do Projecto do Milénio da ONU ("Investir no Desenvolvimento - Um Plano Prático para atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio") ferem a consciência social:

- Mais de mil milhões de pessoas sobrevivem no mundo com um dólar, ou menos, por dia – Uma realidade tanto mais chocante quando constatamos que aproximadamente metade da comida que existe na Europa ou EUA nunca chega a ser comida. E que os EUA deitam fora por ano 50 biliões de dólares em alimentos;
- Dois mil e setecentos milhões de pessoas lutam pela sobrevivência com menos de dois dólares por dia;
- Nos países mais pobres, a esperança média de vida é de 40 anos, cerca de metade da do Mundo desenvolvido;
- Existem aproximadamente 100 milhões de crianças no mundo inteiro a quem está vedado o ensino básico;
- E mais de 500 milhões de mulheres são analfabetas.

A tarefa mundial – que devia obrigar governos, organizações internacionais, empresas privadas e a sociedade civil –, assente nos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, traçados pelas Nações Unidas até 2015, parece longe do resultado desejado.
Recordamos que os oito Objectivos de Desenvolvimento do Milénio são a erradicação da pobreza extrema e a fome; o estabelecimento da educação primária universal; a promoção da igualdade de género; a redução da mortalidade infantil; o combate ao vírus da Sida; a criação de uma associação mundial para o desenvolvimento; a melhoria da saúde materna; e a garantia do desenvolvimento sustentável.
E ainda que o número de pobres no mundo tenha passado de 1,25 mil milhões para 980 milhões de pessoas, tal expressão numérica continua a corresponder a 16 por cento dos habitantes da Terra.
Entre os números de uma lista negra, que não podem deixar ninguém indiferente, consta que morrem anualmente 500 mil mulheres por complicações evitáveis derivadas da gravidez e do parto; que as mortes por sida aumentaram para 2,9 milhões em 2006 (2,2 milhões em 2001); e que, em 2005, 15 milhões de crianças perderam um ou ambos os pais devido à pandemia.
Ainda assim, munidos de um optimismo que só pode alimentar os homens de boa vontade, os peritos da ONU agarram-se aos progressos positivos como a uma tábua de salvação, mantendo a fé inabalável de que ainda é possível reduzir para metade a pobreza extrema.
A evolução no bom sentido é lenta. Há casos onde o combate parece perdido, como na Ásia Ocidental, cuja taxa de pobreza duplicou de 1,6 por cento da população para 3,8 nos últimos 14 anos. Aí os pobres são cada vez mais pobres.
Na África subsariana, a taxa de pobreza extrema baixou quase cinco pontos percentuais, de 45,9 por cento da população (em 1999) para 41,1 (2004), mas ainda estão bem longe de conseguir os objectivos propostos até 2015: reduzir para metade o número de pobres.
Metade da população do mundo em desenvolvimento continua a não ter acesso ao saneamento básico. A meta – casa com as infra-estruturas básicas para 1,6 mil milhões de pessoas em 2015 –, a manter-se a actual situação, afastará 600 milhões desse objectivo.
No rol de motivos para a ausência de progressos mais significativos, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destaca no prefácio do relatório, o facto de os benefícios do crescimento económico não estarem a ser distribuídos de forma equitativa, a que se aliam, nalguns países, a insegurança e instabilidade causadas pela guerra e pelo VIH/sida.
Ban Ki-moon acusa a comunidade internacional e os países ricos de fugirem às responsabilidades a que se comprometeram em 2000, na cimeira promovida pela ONU, onde foram aprovados os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio até 2015.
Em 2005, na Cimeira de Gleneagles, o compromisso dos Estados parecia tornar-se ainda mais evidente, no acordo estabelecido quanto ao reforço do apoio monetário. Porém, a hipocrisia prevaleceu, mais uma vez, e tudo não passou do papel e da mera declaração de intenções.
"Os países mais industrializados do mundo comprometeram-se a duplicar a ajuda a África até 2010, mas a ajuda oficial total diminuiu em termos reais em 2,1 por cento entre 2005 e 2006. Só cinco países doadores alcançaram ou excederam a meta das Nações Unidas de afectar 0,7 por cento do seu Produto Interno Bruto à ajuda ao Desenvolvimento", afirmaria o desiludido secretário-geral da ONU.
É importante referir que todos os anos dezenas de milhões de mães gravemente subnutridas dão à luz dezenas de milhões de bebés igualmente ameaçados. E que a subnutrição crónica não só conduz à morte física como implica frequentemente uma mutilação grave, nomeadamente a falta de desenvolvimento das células cerebrais nos bebés, e cegueira por falta de vitamina A.
De acordo com o Banco Mundial, cerca de um sexto da humanidade passa fome, não tem acesso a medicamentos nem à educação básica; e são 33 os países que actualmente estão à beira de uma severa crise alimentar.


As profundas desigualdades na distribuição da riqueza no mundo atingiram actualmente proporções verdadeiramente chocantes.
As ajudas dos países mais ricos aos mais pobres são uma gota de água no oceano, cifrando-se em 0,22 por cento do seu PIB.
Por outro lado, enquanto a miséria varre o planeta, 12 por cento da população global – ou seja, o grupo dos 22 países mais ricos do mundo, em que se inclui Portugal – consome 80 por cento dos recursos naturais disponíveis.
Um de muitos exemplos – de ganância, de autismo económico e cegueira capitalista – pode ser dado com o preço da tonelada do arroz, que triplicou desde o início de 2007, permitindo às poderosas empresas que controlam o mercado mundial de sementes e de cereais aumentar de forma intoleravelmente especulativa a sua fortuna.
E certo é que quanto mais elevados são os preços mais fome há no mundo; e maiores são os lucros das empresas sem escrúpulos.
Neste período crítico, de sofrimento e agonia mortal, a Cargill, maior empresa mundial de sementes de cereais, viu aumentados os seus lucros em 83 por cento, multiplicando uma riqueza alimentada à custa da fome de milhões de seres humanos.


Enquanto os países mais ricos todos os dias esbanjam recursos, assassinam o Planeta e a Natureza, e afogam-se no consumismo e desperdício, empurrando paulatinamente a Humanidade para a sua própria extinção, centenas de milhões de pobres e famintos em todo o mundo esperam, milhões de vezes em vão, até à morte, uma solidariedade que tarda ou nunca há-de chegar.

 

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  O MENINO "ZÉZINHO" AO PODER...

 

 Por: Mafalda Amorim

 

Não podemos julgar o (mau) comportamento dos alunos de hoje sem questionarmos a formação cívida e comportamental que lhes foi transmitida pelos progenitores e pela sociedade adulta em geral. Porque o que colhemos hoje são os frutos das sementes que lançamos ontem à terra...

Se os pais mandam os filhos mal-comportados para o convívio escolar e a isso são obrigados, então têm que se sujeitar à impressão que eles causam nos outros, nomeadamente nos companheiros, nos professores e auxiliares que os acompanham durante o dia, às vezes mais horas do que aquelas que desfrutam com a família de sangue.
Como diagnosticou a auxiliar de uma escola com quem abordei o assunto: "O problema não é dos pais, nem dos professores, é do sistema!". Mas não é disto que trata este artigo, do sistema desumano e desumanizante que obriga os filhos a desfrutarem apenas das fracas sobras do tempo dos pais, as quais ainda assim têm que partilhar com as inúmeras necessidades e obrigações domésticas. 
Estamos numa fase do ensino (que nunca mais é ideal!), em que de um suposto excesso de autoridade dos professores se passou para o extremo oposto, que é como que: "o aluno tem sempre razão"!
Fez-se criar uma distância artificial entre o professor e o aluno, em que se passou a privilegiar o formal em detrimento do afectivo. Mais uma manobra de burocracia, tão recorrente na nossa terra. Traduzida na práctica, faz com que o professor seja apenas uma máquina de debitar matéria de estudo, e se torne practicamente cego, surdo e mudo em relação aos aspectos relacionais com os seus alunos.
Estes estão livres para se comportarem como lhes aprouver, e se por capricho lhes der para cruzar as pernas sobre a carteira e nesses modos tolerarem a heróica "lenga-lenga" do professor, este apenas lhes pode chamar a atenção, mil vezes que seja, e sempre de forma cordial. 
Se houver 2 ou 3 alunos, como há sempre nem que seja só 1, a perturbarem  a aula e a impedirem os outros 20 de aproveitar, o professor simplesmente tem que "engolir" a fatalidade, quanto muito violentar ainda mais as suas cordas vocais e o seu estado anímico. Porque não pode simplesmente nem da forma mais delicada, convidar o(s) elemento(s) de boicote sistemático a abandonar a sala, em favor dos 15, 20, 25, dispostos a partilhar a motivação do professor.

Qual é o argumento estafado, desde que na sociedade portuguesa deu entrada a palavra "liberdade", ainda misteriosa para muitos? Pois o argumento é que sendo a escola para todos, há que mimar os mais "coitadinhos". Ou seja, a escola parece orientada para os mais desinteressados e não para os participativos, que exclui, ao ignorá-los.
Era indispensável generalizar o ensino a todos sem excepção, e tenho-o como dogma, que a instrução é o motor de arranque do desenvolvimento humano, mas na ânsia de nivelar a satisfação das necessidades não se podem eternizar os excessos.     
Por favor, na escola, se há 1 aluno sobre o qual converge a opinião de que tem um comportamento desajustado que prejudica os colegas, intervenham maciçamente junto desse aluno e da família se necessário, com todos os instrumentos de apoio possível, ajudem-no realmente, e não admitam que pelo contrário se proceda como se esse aluno fosse invísivel, que é o que se passa quando obrigam o professor a ignorar a sua atitude abusiva e desafiante, e naturalmente crescente numa criança ou adolescente a quem se não põe limites.
Por favor, no concreto, comecem por arranjar maneira de acolher esse(a) aluno(a) fora da sala de aula, nesse espaço de tempo que resta ao professor e aos outros alunos para a natural interacção que tem que existir. Isso é que é Democracia!... E mais direi (diremos)! 

     Mas não se fique por aqui, faça-se também formação cívica e moral  englobando na matéria pedagógica  - e porque não? - os alunos com melhores comportamentos, para que todos eles  confiram a devida importância à superior condição humana a que pertencem  e desta forma se sintam dignificados. Sempre pelas boas causas...                                                                                                                         

 

TUDO ACONTECE DE REPENTE...

 

Por: Ana Cabrita
Psicóloga Clinica

 

 


De que vale querer mais cedo o que tem o seu tempo...?
A ansiedade torna-se cada vez mais constante na vida de muitas pessoas! A vida é uma correria e o tempo já não passa...corre! As pessoas acabam por correr atrás do próprio tempo atropelando-se e nem dando conta que o tempo tem horas, minutos, segundos...

Vamos dar mais valor ao que temos, ao que já conquistámos, ao que realmente importa e vamos então pegar nessa alegria e transformá-la em energia para continuar a lutar e sobretudo a  VIVER cada coisa a seu tempo...cada ano de cada vez e sobretudo cada dia com as suas 24horas!!
Para se pôr um travão nesta sociedade extremamente acelerada há que começar pela nossa própria vida -  " para se saborear um prato é necessário apreciar cada alimento que o compõe" por isso  não corram na vida, caminhem e apreciem cada pormenor que a compõe, pois a vida é o conjunto de todas as vivências!

 

Tudo acontece de repente. Já é raro fazer-se planos, consome-se a vida como algo descartável e urgente. Não se aprecia a passagem dos dias, o amanhecer...o entardecer e o anoitecer. Apenas se fala em dias..noites...horas! Mas na maior parte dos casos as pessoas esquecem-se que os anos passam e quanto mais corremos menos os aproveitamos e "saboreamos"!

Vivemos numa sociedade de consumismo, tudo é descartávei até mesmo os sentimentos. Cada vez menos confraternizamos socialmente. Trabalhamos, pagamos as contas, fazemos contas e comemos mal e depressa! Mal temos tempo para estarmos com quem amamos e com quem realmente é importante para nós! Nem connosco mesmo acabamos por estar. Quantas vezes nos olhamos ao espelho e constatamos que já passaram tantos anos desde a última vez que reparámos em nós! Já quase não nos reconhecemos. Estranhamos cada ruga, cada cabelo branco...

Corremos...corremos...mas para onde? Para quê? Com que finalidade?
Pensamos que corremos para um futuro que apesar de incerto não podemos deixar fugir, para tentarmos algum dia ser felizes e realizarmo-nos para que finalmente possamos descansar em paz!

Mas na verdade acabamos por "morrer" de cansaço devido a uma corrida que nos esgotou e de tão cansados que estamos não conseguimos admirar tudo o que nos rodeia e o que conseguimos conquistar! Por vezes o que conquistamos já não vamos a tempo de contemplar como é o caso dos nossos filhos, sobrinhos, netos que cresceram e nem nos demos conta! Corremos tanto que passamos por eles sem nos apercebermos! Fizemos tantas ultrapassagens sem reparar a quem e o que deixámos para trás!

 

Um exemplo disso é quanto falamos com uma pessoa de oitenta anos. Ela tem inúmeras historias para contar, fala-nos de uma vida de alegrias e tristezas, de vitórias e derrotas...ri e chora relembrando os vários anos que viveu e que ainda os saboreia numa recordação não vaga mas repleta de realismo e presença. No entanto chegamos perto de alguém por volta dos quarenta anos e quando esse alguém tem tempo para falar relata-nos a sua infância vagamente porque de seguida centra-se em sonhos que ainda não realizou sem dar valor ao que já conquistou e que a rodeia.
E, quando fala da sua vida actual no geral, queixa-se e nunca encontra realização naquilo que já tem! Daí tantas depressões e ansiedades....o ser humano actual é um Ser insatisfeito por excelência cujo escalão de felicidade é tão alto que se torna muito difícil de alcançar.

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Menino que vivia com lobos foge de clínica russa

 

A polícia russa investiga o desaparecimento de um "menino lobo" que fugiu de uma clínica em Moscovo. A criança, que parece ter aproximadamente 10 anos, foi encontrada entre uma alcateia, na região de Kaluga, no centro do país, segundo o jornal Daily Mail.
O garoto tem hábitos semelhantes aos dos animais. É muito forte, tem dentes e unhas afiadas como garras e  locomove-se  com as pernas meio dobradas.
Embora aparentemente o menino seja ainda muito jovem, testes surpreenderam os médicos ao demonstrarem que ele pode ser bem mais velho. Ele parece inteligente, mas de acordo com a equipa médica não fala russo ou qualquer outro idioma.
A criança estava suja e tinha muita fome quando foi encontrada. Ela fugiu cerca de 24 horas depois de ter sido levada à clínica. A maior preocupação dos médicos é com seu comportamento violento, pois acreditam que ela tenha distúrbios psicológicos, além de vírus e infecções.

 

DEFESA DA SAÚDE

CRITÉRIOS DE ORIENTAÇÃO


                                                           Por Ricardo Molino

 

   A defesa da saúde não nos deve obrigar a comportamentos orientativos que nos escravizem e nos submetam a abstinências de tal forma que fiquemos "proibidos" de consumir os alimentos agradáveis ao nosso apetite e ao prazer gastronómico. Devemos, isso sim, evitar os excessos, cultivando uma auto-disciplina adequada, quer se trate de açúcares, sal, gorduras, álcool, etc.
     Os excessos são sempre perniciosos, quer se trate da míngua, quer da demasiada abundância. É importante, na nossa auto-disciplina, sentirmos que comemos para viver e não que vivemos para comer. Este critério tem de estar presente nas orientações dos pais em relação aos filhos, enquanto crianças. A obesidade representa uma das maiores preocupações em matéria de saúde e que começa, muitas vezes inadvertidamente, no berço. Os pais gostam de ver os bebés gordinhos, alimentando-os em excesso. O metabolismo das crianças  vai-se adaptando aos excessos, de tal forma que elas sentem a falta da abundância quando são limitadas ao essencial. O apetite ganha crescente dimensão e aí temos a principal causa de obesidade. Já na adolescência, quando se pretende impor o controlo, o apetite é mais forte, tornando-se mesmo voraz.
     Conheci uma senhora que aos 25 anos de idade  pesava cerca de 140 quilos. Disse-me não conseguir controlar o apetite. Ao pequeno almoço chegava a tomar três litros de leite, o mesmo que se dá a um vitelo em crescimento. Certamente que os seus pais foram os primeiros culpados deste exagero, ao pretenderem ver a filha gordinha quando era criança.
     Outro excesso tem sentido contrário. Por vezes deseja-se entrar na magreza quando já se é magro.. Estas asneiras pagam-se caro, já que podem criar problemas vida fora. A anorexia é exemplo bem evidente. Atinge-se o estado degradativo pelo simples e errado facto de se seguir a moda da magreza.
     No que respeita à obesidade, ela também é iniciada para lá da idade dos 20  anos. Se o peso ideal não deve ter parâmetros rigorosamente definidos, se 5 quilos a mais podem fazer parte das normas da tolerância, é necessário também adquirir-se a noção do exagero e optar pelo adequado regime alimentar quando se começa a ultrapassar os limites.
     Sabemos que o vinho, tomado em doses controladas, constitui bom tónico cardíaco; que a alface tem acção moderadora do sistema nervoso; que agriões, beterraba e espargos são ricos em ferro; que o tomate, os citrinos e os morangos são saudáveis, mas também contêm substâncias que podem ser prejudiciais; que a carne é rica em toxinas; que os frutos secos  podem causar estados febris e até alergias, pelo elevado teor proteico quando consumidos em excesso; que as amêndoas amargas podem matar se forem consumidas em exagero mas que também são usadas em bebidas espirituosas e na pastelaria; que o vinho bebido desalmadamente também pode matar.
     Compete ao homem, enquanto ser racional, prestar auxílio a toda a natureza - esse "Deus" que clama pela nossa protecção. Ela está na origem da existência dos seres vivos. Cuidando deles (plantas e biodiversidade incluídos), o homem está também a cuidar de si mesmo. Achei por bem dissertar, sucintamente sobre os seres que formam os dois reinos, para que não esqueçamos o que há de comum e de divergente. Nada que o leitor minimamente instruído não saiba; mas convém nunca nos dissociarmos da interdependência forçosamente relevante. Tudo que gira à nossa volta nos beneficia ou nos atinge perniciosamente. O estado saudável não é apenas um bem comum, mas também global.
     Culturalmente falando, as pessoas têm de aprender a ser médicos de si próprias. A função dos médicos nunca se esgota  nem tal é desejável, porque perante doentes com cultura média em matéria de saúde, eles passarão a ser bons conselheiros.
     Se não tivermos a saúde e o meio ambiente nas exactas condições de que necessitamos, o mundo ou fica eternamente doente ou morre pelas contaminações endémicas. Há que definir programas para o futuro  no sentido de os cidadãos adquirirem a cultura necessária para tomarem as primeiras providências: aprenderem a conhecer melhor o seu corpo e as suas vulnerabilidades e a terem noção dos remédios que podem tomar em função, não apenas dos sintomas, mas em especial das causas, nunca se coibindo de pedirem apoio aos naturalogistas mais credenciados, ainda que não lhes falte o conhecimento do que devem usar.
     Por outro lado, em muitas das doenças temos de terminar com as esfarrapadas desculpas. Está na moda falar-se da hereditariedade. Ao mínimo problema corre-se em busca dos antecendentes familiares. Sabe-se que em tempos recuados as pessoas raramente íam ao médico e não faziam exames clínicos. Limitavam-se a viver com as doenças no seu longo estado degradativo. Hoje existem vastos recursos e as deficiências orgânicas podem ser tratadas atempadamente no sentido de se travarem as tais tendências hereditárias. A própria medicina tem de corrigir os seus erros, combatendo as doenças nas suas raízes - as causas, deixando para segundo plano os sintomas.
     Tomemos como exemplo as doenças nervosas e neurológicas. Muitos dos médicos concentram as suas terapias  nos antidepressivos e nos ansiolíticos. Quando o seu efeito acaba o sistema nervoso fica mais debilitado e as queixas ressurgem com maior intensidade. A forma mais correcta de tratar o sistema nervoso consiste em fortalecê-lo.
Quando se lhe dá pancada no sentido de o acalmar, ele, logicamente, fica mais dorido, tornando-se natural que apresente maiores queixas. A ingestão de bons e específicos tónicos  no sentido do fortalecimento dos nervos e do suprimento de carências orgânicas, é determinante para se atingir um sistema nervoso saudável. Em todas as doenças o maior mérito dos terapeutas consiste na realização de diagnósticos rigorosos e acertados, para que as terapias sejam também as mais adequadas. E seja em que medicina for, os critérios de orientação são determinantes em prol de uma melhor saúde.

 

JOVENS COM CAPACIDADES  DE
LIDERANÇA

 

       Passo a passo deparamos com uma classe jovem determinada a realizar profícuo trabalho para um melhor futuro para todos e inconformada com os impasses e divergências que se opõem ao desenvolvimento e a uma vida melhorada. Como, por exemplo, pôr a economia a andar, resolver os défices e promover o desenvolvimento. São metas para se viver melhor e a cimentação de modos de vida com a promoção da dignidade.
     Que exemplos e fundamentos? Estão à vista quando passamos pelos balcões da banca, pelas empresas com inovação tecnológica, pelas repartições públicas com atendimento esmerado e uma comunicação assimiladora, na gestão industrial e até na modernização da agricultura, de que se exigem maiores produções na satisfação das crescentes necessidades alimentares. Na vida política os jovens podem demover e minimizar a demagogia, bem como os interesses politico-partidários que se sobrepõem aos interesses do país, privilegiando o entendimento e a cooperação, afastando a maledicência e a devassa. Os mais adultos - ou mais velhos - podem compreender a necessidade de mudança ao reconhecerem os seus erros e as consequentes inoperâncias.
     Para um país e uma sociedade evoluírem há sempre reformas a operar inadiavelmente. Isso faz-se com ideias novas e mediante o diagnóstico que se faz aos erros passados. É a classe jovem que tem essa intuição, o sentido prático e célere das medidas reformistas.
     Alguns leitores dirão - e com razão - haver muitas nuances a colocar às capacidades dos jovens, quando não assimilam a formação necessária  a um profissionalismo eficaz. Questiona-se o ensino e o aproveitamento escolar, a motivação empreendedora e mesmo o sentido de responsabilidade. É verdade que nos defrontamos com tudo isto e até com inquietantes frustrações. Mas não se podem condenar as inaptidões e os fracassos de alguns jovens sem que sejam zurzidos os sistemas de formação instituídos. As estruturas formativas, em especial as do sector público, funcionam deficientemente. O ensino que se pretendeu modernizar com métodos que se sobrepuseram ao próprio ensino têm falhado e são eles mesmos responsáveis por alguma desmotivação. Nos dias que correm muitos jovens que chegaram ao 12º ano não garantem a equivalente aprendizagem, nem que saibam ler e escrever correctamente. Os métodos do ensino inovador que se começaram a implantar nos últimos 50 anos têm sido inoperante. Procurou-se que as crianças na entrada do ensino primário ficassem a saber ler e a escrever sem conhecerem devidamente as letras e sem saberem juntar as palavras. E que aprendessem matemática sem saberem a tabuada. Muitos alunos passavam para a terceira classe sem terem aprendido matérias que eram da primeira e segunda classes. Este colocar do carro à frente dos bois criou inaptidões e dificuldades de interpretação.
     Também causa algum pasmar o facto de  alunos do 12º ano não conheçam o país físico: os rios, e não saibam quantos são os distritos e suas capitais; que não conheçam o mundo por não estudarem devidamente a geografia. E o problema tem sido resolvido com as passagens de ano sem a devida aprendizagem, facto que se repercute eternamente. Salvam-se alguns estudantes que recorrem a explicações privadas ou ao ensino também privado.
     Espera-se que os responsáveis pelo ensino, desde o ministério aos professores, façam com que as escolas sejam elas mesmas para que os alunos sigam uma aprendizagem eficaz e não passem para anos seguintes a coxear. E terem em conta as matérias leccionadas, que sejam bem perceptivas e não subsistam dúvidas quanto à sua interpretação. Por vezes é necessário usar expressões menos técnicas... Os professores, ao sentirem o mérito do seu trabalho na formação de pessoas devem ficar bem atentos e com o devido empenho, para se sentirem felizes e realizados, porque o sentido de responsabilidade também se ensina e se aprende.
     Não obstante as falhas observadas no ensino, é motivo de orgulho e satisfação vermos muitos jovens recrutados por empresas estrangeiras para cargos de responsabilidade e de prestígio. E também está provado que os portugueses podem ser tão eficientes - ou mais ainda - que os estrangeiros nos seus próprios países. Alguns alunos com cursos superiores estudaram em outros países e são normalmente os mais capazes, facto que ilustra bem as arreigadas deficiências do ensino em Portugal. E se professores portugueses dão bem conta de si nas escolas estrangeiras, não há razão razoável para que aqueles que ensinam em Portugal sejam menos eficientes.
     Mesmo com todos os constrangimentos e debilidades, é motivo de satisfação vermos, cá dentro como lá fora, jovens com elevadas capacidades de liderança.

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Pagina 7

COMBUSTÍVEIS

 

SE O ESTADO REDUZISSE O ISP DE 60 PARA 50%OBTERIA MAIORES RECEITAS

    

O elevado preço dos combustíveis não é só problema de quem consome, é também de competitividade económica no espaço comunitário.

Já no número anterior publicámos um artigo sugerindo o nivelamento de preços com os de Espanha, sem diminuição de receita para o Estado, de que tiveram conhecimento os Ministérios das Finanças e Economia, sem resultados práticos, porque não fomos ouvidos.
     Se um comerciante marcar a sua mercadoria com a margem de lucro de 50%, ganha € 50.000 na venda de € 100.00; mas se reduzir a margem para 30% e vender € 150.000, isto é, mais 50%, ganha € 60.000, isto é, mais 20%. É o que acontece ao Estado se reduzir o ISP de 60 para 50%. Basta que as vendas cresçam 20% para obter a mesma receita e, tudo que for a mais, resulta em acréscimo. Não se pretende que o Estado perca receitas mas que as possa aumentar, corrigindo numeros matemáticos fáceis de rectificação.
     Na verdade, tem-se falado muito nos elevados preços dos combustíveis mas as figuras detentoras da solução não pararam para fazer contas: para resolverem o problema. O Estado não recebe impostos dos combustíveis que os portugueses metem em Espanha; nem dos espanhois que visitam Portugal - e são muitos -, entrando com os depósitos cheios e regressando com eles vazios; o mesmo acontecendo com os nossos emigrantes, com os estrangeiros e turistas do espaço comunitário.
     Existem todos os indicadores de que se os preços em Portugal forem iguais aos de Espanha passaremos a vender mais entre 30 a 40%, com lucros para o Estado, para as empresas e para o povo, desde os automobilistas aos consumidores.
     Com a redução do ISP e os demais acertos comerciais será possível igualar os preços portugueses aos  Espanhois, mas há mais a fazer. A avaliar por declarações de responsáveis da OPEP, esta escalada inflaccionista não tem a ver com quebras de produção nem com a falta de petróleo nos mercados, mas sim com a especulação.
     Por outro lado, Portugal não tem de comprar petróleo às cotações das bolsas. Tem de negociar com os países fornecedores e conseguir contrapartidas. Os países fornecedores terão de nos adquirir mercadorias numa óptica de interesses mútuos. Por sua vez, não temos de seguir um preçário em função das cotações previstas a 2 ou 3 anos de distância, mas sim com o preço da aquisição. Mais, Portugal tem de promover iniciativas no sentido de os países afectados pela especulação, que essa especulação seja castigada e irradicada, denunciando as manobras dos especuladores junto da opinião pública, tanto mais que a OPEP também não pactua, embora tire dividendos dessa especulação. Porque, de facto, a especulação em curso é um crime económico e, não podendo ser penalizado pelos tribunais, devem ser encontradas formas de condenar e castigar os especuladores. E quando eles sofrerem os justificados prejuízos tudo voltará à normalidade, enquanto as alternativas ao petróleo terão de prosseguir aceleradamente.
  
  Nós, no "O ESTAFETA, não somos peritos em questões energéticas nem especialistas em soluções. Mas sabemos fazer contas, o que todos os responsáveis do Estado devem fazer e não deixarem que todos nos embrulhemos em questões que só alimentam polémicas e o desconcerto, enquanto as soluções não acontecem. Damos o nosso contributo pensando na Promoção e na Dignificação do Homem, para que parte das populações não sejam estranguladas por interesses que não olham a meios para atingirem fins.

 

ORIGENS DO ATRASO E DAS CRISES
COM AS TERAPIAS ABANDONADAS

 

  Em termos intemporais temos de falar das causas do passado, do presente e do futuro. As soluções existentes são óbvias mas não  aceites por quem tem a responsabilidade de gerir os destinos do país.

    Portugal estaria na frente dos países mais prósperos  se não demorassemos uma eternidade a mudar as coisas, a operar as soluções. Demorámos demasiado tempo a retirar da Constituição o "rumo ao socialismo"; demoramos a descobrir o que temos de fazer quando a Irlanda evoluiu quase de um dia para o outro;  demoramos a descobrir o grande poço de petróleo que temos que é o turismo, levando mais de uma dezena de anos a viabilizar grandes empreendimentos turísticos devido a entraves prepotentes e mesquinhos.
    
   Temos ao lado a Espanha que é o nosso maior parceiro comercial, com  o défice que nos afecta mas que nos pode ser favorável, se tivermos em conta o reciproco movimento turísto que nos pode ser favorável na proporção de 1 para 10. Os nossos vizinhos são demograficamente em numero muito desproporcional  e adoram o nosso país, a nossa costa atlântica, a nossa gastronomia e tudo que é digno de ser visitado. Temos, enfim, vantagens que desperdiçamos.

    Temos muitos estrangeiros interessados em virem praticar golf, interessados em desfrutar do sol, das praias e da gastronomia. Continuamos a ter demasiada burocracia, quadros em organismos públicos que não descobrem outra virtude que não seja o bloqueio; temos um ensino amorfo e indisciplinado, desde os dirigentes aos professores e aos alunos; temos uma justiça emperrada e repleta de vícios, que não faz prevenção e deixa que muitos males aconteçam para depois se atulhar de processos;  temos a medicina desorganizada e a trabalhar a meio gás; temos alguns gestores empenhados em vencerem  os vícios e a inação, mas pouco conseguem mediante a afronta dos néscios e das concepções estáticas; demora-se a concluir que os impostos demasiado altos limitam o crescimento económico, daí resultando desincentivo para as forças produtivas  com prejuízo para os cofres do Estado e para o desenvolvimento do país.

  Continuamos a ter um Estado demasiado gastador;  temos demasiado número de deputados na Assembleia da República;  temos demasiados acessores nos cargos dos principais órgãos do Estado, que se estorvam e se afrontam; temos demasiados funcionários investidos nos empregos sem trabalho. Temos, reprovavelmente, uma máquina emperrada,  pouco funcional e que muitas vezes destroi em vez de construir.

    Algumas das debilidades existententes devem-se ao facto de a União Europeia nos ter forçado ao abandono de actividades que eram própria da nossa tradição, como a agro-pecuária e as pescas, em troca de algo nada compensador.
 
   Posto isto, temos de olhar em frente a todo o vapor e a partir de hoje. Devemos acordar e libertarmo-nos da anestesia que nos imobiliza, fazer contas e trabalhar com eficácia, mostrar aos países mais prósperos que também somos capazes.

   Para rapidamente nos debruçarmos sobre as causas que atrás ficaram explícitas e para serem atacadas no imediato e em força, fazemos aqui um apelo à classe política: que deixe de se degladiar. que pense nos interesses do país, dê as mãos, independentemente das filiações e cores partidárias. Que os líderes se sentem à mesa e de forma descomplexada todos dêem a sua contribuição pensando na premência das soluções. Se tal fizerem, estarão a mostrar ao povo o grande trabalho que prestarão ao país. Mais, mostrarão aos nossos parceiros comunitários e ao mundo as formas correctas de se vencerem as crises.

    Ao colocarmos o dedo nas feridas e ao darmos a nossa contribuição para o debelar das crises, fazemo-lo a pensar nas pessoas, mais ou menos evoluídas, mais ou menos letradas, que sabem definir a lista das suas prioridades no tocante à sua ascendência económica e social. 1º matar a fome; 2º pensarem em ter casa, electrodomésticos e carro. Mas as preocupações aumentam para os que já têm casa, electrodomésticos e carro, por não terem recursos para pagarem as prestações e as dívidas, porque ficaram desempregados ou estão empregados e ganham pouco.

  Este tema tem também, da parte da APPDH, o objectivo nobre da nossa existência: Promover e Dignificar o Homem.
    
O Estafeta.

 

 

O OUTRO LADO DA POBREZA

 

Em alguns países não haverá recuperação enquanto não forem investidos dirigentes sérios e competentes.

Principalmente em alguns países africanos a extrema pobreza não existiria se fossem desenvolvidas as reais potencialidades de desenvolvimento económico, desde as actividades agro-pecuárias aos recursos naturais.
As independencias representaram a implantação de soberanias irreversíveis, mas a expulsão dos colonizadores e a ocupação dos lugares da hierarquia dos estados por pessoas que não adquiriram as devidas capacidades morais e cívicas, apar da incompetencia para os cargos, deitou tudo por terra.
Em muitos casos não apenas se deu continuidade ao desenvolvimento, como se regrediu e nada mais se fez. Não foi reposto o asfalto que saiu dos pavimentos, não se fez a conservação dos edificios, nem foram reparados os saneamentos na sua constante degradação. Também actividades fundamentais como a cultura de cereais, do café e da cana de açúcar desapareceram.
Por sua vez, os líderes politicos passaram a ver a administração pública como propriedade pessoal. Parte das receitas das matérias primas como o petróleo, diamantes e outras, são tidas como bens próprios e boa parte dos que enriquecem, enquanto a população empobrece, vivem de expedientes e da corrupção.
Certo passageiro, ao passar por uma das alfândegas, foi-lhe dito por um funcionário que ou lhe dava "X" dólares, ou não passava. Mobutu chegou a colocar nas alfândegas funcionários europeus.
Os países mais desenvolvidos envolvidos no combate à pobreza devem, acima de tudo e sem interferências por interesse, reunir com os líderes dos países degradados e sensibilizá-los para erradicação das causas que estão na origem da pobreza. E definirem acções programáticas para o desenvolvimento, fazendo também sentir a necessidade de admissão, nesses países, de profissionais com reconhecidas capacidades para colaborarem nos necessários empreendimentos. O que servirá também de escola para quem tem de aprender a trabalhar melhor e com mais produtividade.
Outro problema desses países está, efectivamente, na baixa produtividade laboral. Certos operários chegam a demorar a realizar numa semana o trabalho que poderiam executar num só dia. E quando são questionados em relação à baixa produtividade reagem com argumentos de que a escravidão e a colonização já acabaram...
Há também, em certos meios sociais, questões que obstam ao aumento da produtividade e da riqueza, porque as familias das pessoas que progridem surgem, aos primeiros sinais de riqueza, a querer que os meios sejam divididos com elas. Conhecem-se casos de envenenamento de quem progride, face à recusa da divisão dos bens. Daí a necessidade da implantação de sociedades mistas que possam trocar experiências e fazer formação e erradicar concepções ancestrais.
Tendo em atenção os factos atrás relatados, a assistencia às populações empobrecidas não pode ser confinada à doação de bens e à assitência médica, mas principalmente pela formação e pelo exemplo relativamente às necessárias formas de evoluir na cultura, nas capacidades profissionais e nas mentalidades. É este o melhor capital para a assistência aos países empobrecidos e degradados. Tal como está a acontecer os problemas da pobreza jamais se resolvem, porque a incompetência, a inacção e a violência continuam a pairar e a obstar à produção dos bens fundamentais.

 

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A CASA DE CABANAS DE VIRIATO   

 

Já se falou bastante nos milhares de vidas que Arístides Sousa Mendes salvou da morte Nazi. Foram muitas as pessoas estrangeiras que visitaram a casa de Cabanas de Viriato, anos depois de ali terem abrigo, situada na interessaste e pacata vila onde mora boa gente. Essas pessoas ficaram desoladas ao verem o estado degradante do edifício histórico que ficou para sempre na sua memória, ao ponto de algumas chorarem copiosamente, tal a recordação e a desilusão. Uma das pessoas que evitou a destruição total do edifício foi Fernando Campos, que o comprou depois de ter servivo de aviário e outros fins menos próprios.
     Agora na posse da Fundação com o nome do antigo cônsul, anunciou-se que o edifício vai finalmente ser recuperado, não sem tempo, para se perpetuar a memória de um feito nobre com repercursão universal. A vila de Cabanas merece o museu que ali será instalado, para que Portugal se orgulhe e mostre ao mundo o grande português que foi dono daquela casa, também abrigo de muitos que fugiram do holocausto.

 

ASTRONAUTAS DA ANTIGUIDADE


A resposta às perguntas "quem somos?, "donde vimos?", "para onde vamos?" devia ser procurada no nosso planeta.
Ainda não sabemos se será o principio ou o fim da "grande solução", mas quando tivermos conseguido apanhar uma ponta desse fio de Aridne poderemos, com tenacidade progredir à procura da outra ponta. Tais esforços têm um único fim: acumular em pirâmide a multidão de indícios sobre a nossa origem. No cimo dessa pirâmide deveria achar-se o coroamento do nosso trabalho de investigação, pois trata-se de obter uma prova. A prova, antes de mais, que a espécie humana recebeu diversas vezes, ao longo da sua existência a visita de extraterrestres, viajantes vindos de algures que, por razões ainda desconhecidas, nos deixaram uma herança. Talvez, por acaso, mas talvez também intencionalmente. Influenciaram muitas das nossas civilizações e provavelmente muitos dos nossos comportamentos.
Esta ideia da influência de visitantes vindos do espaço, numa longínqua época pré-histórica é violentamente atacada. E contudo, quer se queira quer não, as provas multiplicam-se de dia para dia. Durante muitissimo tempo as investigações especializadas passaram ao lado ou ignoraram indícios privilegiados.
Quem, na verdade se interrogou até aqui sobre o que surpreendente nos legou a China pré-historica, e que nos parece hoje tão moderno? Por exemplo, sobre aquele baixo-relevo de um túmulo da província de Shan-Tung que simboliza visivelmente um engenho voador planando sobre as nuvens? Ou então sobre os desenhos e aguarelas da Alta Idade Média, provenientes de fontes muito mais antigas, e que narram a história do povo lendário dos Chi Kung, que segundo os textos, vivia há pelo menos quatro mil anos, no "Reino do Meio" e possuía engenhos voadores?
Também permaneceram durante muito tempo ignoradas as notáveis gravuras dos camafeus etruscos que exibem naves voando no céu, sem velas nem remos, mas providas de estranhas bolas de onde saem raios.
Aliás, é preciso não colocar ao mesmo nível estas duas informações. As descobertas chinesas parecem, pelo menos, duvidosas, visto que os próprios chineses não as reconhecem. Todavia, deve assinalar-se o facto, a que não parece prestar-se muita atenção , de que os chineses tinham já, em tempos antigos uma palavra - fei chi - que significa "carro voador". Porquê semelhante designação, já que não existia nessa época recuada qualquer máquina voadora?
Não há duvida de que certas epopéias indianas falam, nos textos sâncritos de naves celestes chamadas vimanas, poderosamente armadas, movidas pela desintegração do mercúrio. Contudo, mesmo aqui devemos ser prudentes. Com efeito, não se possuem os textos antigos que contém essas revelações; só existem textos relativamente modernos e mesmo estes não pretendem ser cópias de textos antigos, mas apenas revelações mediúnicas.
O engenheiro americano de origem austríaca Josef Blumrich, já citado, interessou-se especialmente pelas visitas de extraterrestres relatadas na Bíblia, no Livro de Ezequiel. Conseguiu, assim, reconstituir as naves espaciais que o profeta descreve. E curiosamente não foi o primeiro a fazê-lo; antigas ilustrações da Biblia apresentam-nos essas naves, em representações ingénuas, que têm semelhanças impressionantes com as suas reconstruções técnicas. O historiador alemão Karl Mayer encontrou, depois, em Srinagar, em Caxemira, um templo onde os baixos relevos exibem as "rodas" de que fala Ezequiel.
As opiniões acerca destes livros acham-se extremamente divididas. Até há relativamente pouco tempo, os especialistas diziam que o Livro de Henoch não era verdadeiro, não datando de além do séc. XVIII. Declaram agora que o livro seria contemporâneo da Bíblia. Existem dezenas de outros Apócrifos muito conhecidos, a maioria deles publicada mas que não tem sido objecto de estudos sérios.
Não nos espantemos se um "objecto alado", encontrado em 1898 num tumulo junto de Sakkarah, classificado de "ave" e exposto no Museu das Antiguidades Egípcias do Cairo, com o número 6347, entre outros similares, permaneceu meio século sem despertar o mínimo interesse. Só em 1969, o Dr. Khalil Messiha notou que a "ave" era verdadeiramente interessante e a examinou cuidadosamente. Encontrou no objecto uma pequena inscrição em egipcio arcaico significando "Don Amon"; ora, Amon é o Senhor do Vento. O objecto foi experimentado numa instalação aerodinâmica.
Não só tinha perfeita aptidão para voar, como as suas proporções eram ideais.  A seguir, cerca de quinze outros objectos alados foram reconhecidos como modelos reduzidos de aviões e apresentados numa exposição especial em 1972.
  E o que dizer de do baixo relevo da laje do sarcófago de Palenque? Representa uma personagem sentada, inclinada para a frente , e que foi interpretada, sem a mínima lógica, como sendo um "indiano frente a um altar e sacrifícios". De facto, a personagem tem vestido um "fato macaco" que vai do pescoço às canelas, apertado com um grande cinto, e um capacete de onde saem dois tubos dirigidos para trás. Parece agir com as duas mãos sobre comandos colocados à sua frente. Tal atitude lembra irresistivelmente a de um astronauta pilotando um módulo de comando, e o engenheiro aeronáutico John Sandersin, perito da NASA, reconstituiu mesmo, segundo o referido baixo-relevo, a forma provável desse engenho espacial.
O grande especialista russo Alexendre Kazantsev, membro da Academia das Ciências da URSS, referindo-se sobre a inexplicável explosão ocorrida em 1908 na Sibéria, disse  considerar que esta se deve à desintegração de uma nave espacial vinda de um outro mundo. A sua argumentação apoia-se nas correcções da trajectória do misterioso objecto celeste, observadas por testemunhas antes da explosão.
Segundo informações provenientes da Rússia, igual fenómeno de explosão Ter-se-ia repetido em 1958, precisamente cinquenta anos depois! Os prejuízos seriam, como em 1908, consideráveis e teria havido desta vez centenas de mortos. É de lamentar que as autoridades soviéticas pareçam ter feito um black-out sobre os acontecimentos.
O sábio russo falou-me igualmente das estranhas estátuas de bronze encontradas no Japão e que se assemelham curiosamente a cosmonautas com capacetes. Foram talhadas por artistas primitivos da tribo Dogu e datam de há mais de cinco mil anos! Mas quem eram esses cosmonautas desconhecidos? E o mais extraordinário é que a NASA talvez se tenha inspirado no seu fato para aperfeiçoamento dos fatos especiais dos astronautas americanos. E estas figurinhas insólitas não são únicas. O corpo é humanóide, macho ou fêmea, mas com uma cabeça extraordinária, assemelhando-se pela forma e sobretudo pelos olhos estranhos, à de um insecto. Que modelo desconhecido pôde, na realidade inspirar o artista pré histórico?
A personagem humanóide que representa não corresponde a qualquer tipo étnico conhecido. E há outras descobertas, na América Central e do Sul - o homem com a cabeça de peixe-gato por exemplo- cujos tipos são nitidamente diferentes de todas as raças humanas que se sabe terem existido. Acrescentaria que um pouco por toda a parte se encontram esqueletos de seres quase humanos cujos crânios são de uma dimensão totalmente insólita. A propósito de crânios mencionemos de passagem o extraordinário de cristal de rocha puro, encontrado em ruínas maias, junto de Lubaantur, nas Honduras Britânicas. Pesa cerca de cinco quilos, mas não se lhe consegue encontrar o mínimo vestígio de utilização, pelo escultor, de qualquer instrumento nosso conhecido.
Descobrem-se assim por todo o mundo indício - senão provas- da passagem de visitantes vindos do espaço.
Não faltam objectos anacrónicos, muito avançados em relação aos conhecimentos da época que se julga terem pertencido. Objectos da mais variada natureza. Por exemplo um prego de ferro de 18 centímetros descoberto no séc. XVIII, na rocha de uma mina no Perú. Lembremos que os indios americanos não conheciam o ferro antes da chegada dos conquistadores espanhóis. Todos estes objectos provinham de camadas geológicas com cerca de dez mil anos. Quem os fabricou? 
 

Mistérios

A ilha desaparecida da Atlântida

 

O debate sobre a existência da Atlântida é bem antigo . Desde os tempos do filósofo Grego Platão a Atlântida, com sua esplêndida civilização, chega aos dias actuais como um enigma que originou a publicação de inúmeros livros.
Teses de carácter geológico, arqueológico e outras tem servido para aguçar o espírito humano na busca da existência do enigmático continente. Irei tratar aqui destas teses , que poderão dar um carácter científico às nossas buscas.
De todas as lendas sobre povos e civilizações perdidas , a história de Atlântida parece ser aquela que mais interesse tem despertado.
A primeira referência escrita deste mito encontra-se nos relatos de Platão . Nos diálogos Timeu e Crítias é narrada a fascinante história da civilização localizada "para além das colunas de Hércules". É descrita a existência desta ilha continental , bem como os detalhes históricos de seu povo , com sua organização social, política e religiosa , além de sua geografia e também da sua fatídica destruição.


O Triângulo das Bermudas


Numa extensão de mar entre as Bermudas, Porto Rico e Miami , encontra-se o famoso Triângulo das Bermudas. Diz-se que aqui os instrumentos de bordo tendem a avariar, e que aviões e barcos estão sujeitos a desaparecer misteriosamente .
Há quem fale de interferências de outros mundos, enquanto outros atribuem os desaparecimentos a uma irregularidade no campo magnético da Terra.
Cerca de 1000 aviadores, marinheiros e passageiros de mais de 100 aviões e navios diferentes terão desaparecido no Triângulo das Bermudas .
Estarão forças paranormais por detrás da fama deste notável caminho marítimo.
Ilha de Páscoa
A Ilha de Páscoa (Rapa Nui, no idioma polinésio) é conhecida por abrigar mais de mil estátuas de pedra - os moais. Esculpidos no século VIII, têm mais de 5 metros de altura, alguns chegam a 21 metros.
Os arqueólogos tentam decifrar o significado desses monólitos. Já descobriram que simbolizam os chefes das dez grandes tribos que povoaram a ilha. Mas, por que estariam todos de costas para o mar? Dizem os nativos que os moais são guardiões e foram construídos para oferecer protecção à ilha por meio de uma "energia" emitida de seus olhos. Por isso, jamais estariam de costas para a ilha. A ciência tem ainda outra questão para esclarecer: como esses imensos blocos de pedra, que pesam dezenas de toneladas, foram deslocados pela ilha? Que engenharia teria sido capaz de erguê-los?
A explicação dos nativos é ainda mais difícil de acreditar: os antepassados teriam usado a levitação para movê-los!

 

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      COM A CULPA DOS ADULTOS

Morrem 30.000 crianças por dia
 

      
      Um relatório da UNICEF dá-nos conta de que morrem cerca de 30.000 crianças por dia, com menos de 6 anos de idade. Estes números impressionantes apontam causas evitáveis: malária, pneumonias, diarreias, as guerras e outros actos de violência. A falta de assistência médica e a má nutrição estão subjacentes.
      Não importa significativamente saber-se onde mais acontecem estas desgraças, a não ser para o desenvolvimento de acções que lhes coloquem cobro. Interessa sim que os adultos, em especial os líderes das governações, concentrem os seus esforços no combate a estes males, evitáveis, e colorem à frente das lutas e da demagogia o salvamento de seres que acabaram de nascer para a vida. Enquanto tudo continuar como está, os adultos serão eternos réus e culpados.

 

FINALMENTE  O TRABALHO COMUNITÁRIO

 

     Está a acontecer o que temos vindo a defender: mais de 2000 condenados por crimes mais leves estão a cumprir a sua pena em trabalho comunitário, colocando-se estes cidadãos  fora da clausura, com trabalho útil à sociedade.
     Não será por esta forma de cumprir penas que os condenados deixam de se redimir. Pelo contrário, ao serem tratados com dignidade, a lição será por eles registada e alguns não deixarão de fazer pedagogia comportamental e evitarão ser reincidentes. O facto de cumprirem penas ao ar livre leválos-há à assimilação da condição cívica e promocional, dentro da dignidade que importa conceder a cada ser humano.
     Esperamos passar a ver polícias e juízes a trabalharem para a prevenção dos crimes, fazendo pedagogia, educando e reabilitando. Tanto mais que o poder judicial necessita de se livrar das grandes resmas de processos a que, dentro de paredes, também estão presos.

    

O BAIRRO DO CHAMIÇO

 

Ali para o lado Oriental da Cidade existiu, em tempos, um bairro típico, que foi chamado do Chamiço! Ainda ninguém sabe por que motivos lhe deram tal designação. Curioso, consultei uma enciclopédia, donde retirei o seguinte: Chamiço, acendalhas, gravetos, lenha miúda, ramos secos, tição. Continuei pouco esclarecido! Não me pareceu haver qualquer relação entre aquelas acendalhas e o nome do Bairro.
No entanto, lembrei-me de que, antigamente, houve uma canção brasileira, em cujo refrão constava o seguinte verso: "e tudo isto por um chamiço". Podia concluir-se daqui que, um chamiço seria uma pequena moeda, de pouco valor, mas que chegava para comprar "tudo isto", logo muita coisa!
O bairro começou por ser construído, clandestinamente, por uma sociedade de construtores, aos quais chamavam "Patos Bravos", originários da região de Tomar e que foi crescendo, rodeado de barracas de madeira e outros materiais. Lá se alojavam pessoas vindas da província, de fracos ou nenhuns rendimentos, que na cidade trabalhavam em misteres humildes e pouco rentáveis.
Eram poucas as casas que possuíam os mínimos requisitos de sanidade: algumas só dispunham electricidade, outras não tinham água e nenhuma estava dotada de telefone nem de gaz. As que possuíam água, adquiriram um tanque de cimento, que ficava na rua junto à porta de entrada. Quem não tinha água, recorria ao lavadouro e balneário públicos.
A população, heterogénea, era constituída por pessoas honestas, pessoas de vida duvidosa, velhos e jovens sem ocupação, que vagueavam pelas ruas, arredados há muito das escolas!
A mais antiga habitante do bairro era a Micas. Hoje, velha e gorda, era conhecida de todos e ganhou fama desde que esfaqueou um homem, que pretendia atentar contra a sua honra. Isto, a despeito da Micas ter um filho e uma filha, e de não estar certa de quem eram os pais! 
 Os progenitores da Micas, oriundos da região de Aveiro, vieram para Lisboa, na tentativa de melhorar a sua vida: o pai, vareiro na Ria, passou a trabalhar como fragateiro, no Rio Tejo; a mãe dedicava-se à venda ambulante de produtos sazonais.
A Micas, depois de frequentar dois anos da primária e já espigada, começou a trabalhar como varina, para um sócio dos patrões do pai, negociante de peixe. Era, na altura, de boa compleição física, forte sem ser gorda, espadaúda e porte altivo!
Todas as manhãs pelas oito horas, ela e outras colegas apresentavam-se na Ribeira, ao Cais do Sodré, a fim de transportar à cabeça, na canastra, peixe para um depósito de revenda, onde era dividido por espécies e distribuído pelas varinas, que procediam à sua venda ambulante.
A Micas tornara-se a favorita do patrão, razão por que era a escolhida para levar a Guia da mercadoria. Este procedimento constituía motivo para especulações maliciosas e era objecto de gáudio de jovens atrevidos que, quando elas passavam, em fila, era vulgar gritarem-lhes: qual é de vocês que leva a Guia? Elas não gostavam nada, daquela brincadeira e, por vezes, voavam tamancos!
A filha da Micas, a Fernanda, fisicamente parecida com a mãe, rapariga azougada, um tanto arrapazada, entrou de amores com o Chico da Gorda, um rapaz um pouco mais velho, considerado lá no Bairro como um bom partido, por trabalhar na estiva. Naquele tempo os estivadores eram muito bem pagos. Quando os estivadores faziam greve, os Governos tremiam, pelas consequências que daí podiam advir para a economia nacional!
O Chico apresentava-se, diariamente, na Casa do Conto onde se fazia a selecção dos trabalhadores e era sempre escolhido por ser competente e robusto, condições fundamentais naquela profissão. O casal vivia bem!
Contudo, a adversidade acontece quando menos se espera e há dias aziagos! Aquele dia 13 foi fatídico! Do guindaste do cargueiro que descarregava vigas de aço, desprendeu-se uma, que apanhou o Chico pelas costas, deixando-o, imediatamente, imobilizado. Levado de hospital para hospital, com vista à sua recuperação, tudo foi tentado, mas em vão!
O diagnóstico final foi de incapacidade total e permanente. A Companhia de Seguros passados vários meses, atribuíu-lhe uma pensão vitalícia, que mal dava para comer!  
Para superar as dificuldades causada pela invalidez do marido, a necessitar de redobrados cuidados médicos e medicamentosos, a Fernanda tentou tudo para ganhar o suficiente, e fazer frente à situação. Não conseguiu. Foi difícil mas, não teve outro remédio…fez-se à rua!
A outra figura típica do Bairro, era o Manel das Pilecas. O Manel possuía uma barraca que lhe servia de habitação, cavalariça para dois velhos e famélicos cavalos e de arrecadação de uma galera. Dedicava-se ao transporte de mercadorias, geralmente de produtos hortícolas, que desciam o Tejo em fragatas e eram, depois, levados por carroças ou galeras, até aos armazéns de distribuição.
Os sinais dos tempos, também iam chegando ao Bairro do Chamiço e a evolução era assimilada pelos seus moradores. Assim, o filho do Manel não seguiu a profissão do pai. Tornou-se motorista de pesados, isto é, actualizou-se!
O Chamiço tinha uma vida comercial própria: uma Venda, onde se podia comprar de tudo, desde os produtos de mercearia, drogaria, até toda a espécie de quinquilharias que, mais tarde, se transformou num Mini mercado. Também existia uma taberna, com uma carvoaria anexa que o seu dinâmico proprietário, um galego da Galiza, (havia também "galegos"portugueses que de "pau e corda" se encarregavam de pequenos biscates), acabou por transformar num Bar, onde aos sábados, se cantava o Fado. Era fadista residente, a Rosalina acompanhada pelo guitarrista e o viola, ambos "ceguinhos" de nascença, que fazia as delícias dos clientes, os quais, por vezes, também exibiam os seus talentos.  
Assim, como havia bêbados com mau vinho, também havia fadistas com mau fado! O fadário da Rosalina e seus companheiros, era percorrerem as ruas, cantando as cantigas que os teatros de Revista popularizavam. Com a venda das "letras" das canções e as moedas que os moradores e transeuntes lhes ofereciam, lá iam ganhando para o seu sustento.
Até o Miguel das patranhas, que não se ajeitava com o trabalho, deixou de praticar pequenos furtos, sempre pouco rendosos, para enveredar por actividades mais proveitosas e virou vigarista de sucesso, segundo constava por lá!..Era, por vezes, procurado pela polícia mas, coisa estranha, ninguém o conhecia, ninguém o denunciava!
Os habitantes do Chamiço eram pessoas de princípios. A solidariedade estava acima de tudo. Neste, como noutros casos! Veja-se o caso da Zita cigana que, ficou viúva por via de uma rixa, que lhe levou o marido. Então, não é que a população cuidava do filho, de dois anos de idade, enquanto ela percorria a cidade, lendo a sina para poder sobreviver!
Naquele Bairro, parecia que cada família era paradigma; era um núcleo populacional "sui géneris", dificilmente igualado! Mas, um dia chegou a modernidade e a "civilização". O Bairro estava condenado à demolição, para dar lugar a um complexo habitacional fechado, muito na moda, ultimamente.
Após uma batalha jurídica e inglória, como sempre acontece em situações idênticas, os habitantes foram dispersos por outros Bairros Sociais, com melhores condições de habitabilidade, com rendas mais elevadas, que nem todos podiam suportar, mas com a vantagem de se tornarem seus proprietários ao fim de vinte anos, em caso de morte ou de invalidez do chefe de família.
  Contudo, essa situação não foi a mais penalizante para os moradores: o pior foi que, a partir da desagregação deste núcleo, que praticava princípios de respeito mútuo desta tão apregoada democracia, perderam grande parte da sua alma, em nome do progresso! Alguns perderam a alegria de viver!

 

DESOBEDIÊNCIA CIVIL

Por:Inês Abreu

 

A desobediência civil é um método de oposição e resistência pacífica a um poder político, seja o Estado ou não. Consiste na real tomada de posições, ainda que estas vão de encontro ao estabelecido socialmente, desde que com base em medidas pacificas.
É um conceito formulado originalmente por Henry David Thoreau e aplicado com sucesso por Mahatma Gandhi. Este pôs em causa o monopólio politico e económico do Reino Unido na Índia, incitando ao boicote da comercialização de produtos e ao desrespeito de leis impostas pelos britânicos. Tal método teve resultados reais, dando origem ao processo de independência da Índia.
Na prática e aplicando-o à nossa realidade social, resume-se ao simples facto de ao não concordarmos com o aumento de preço de determinado produto deixarmos de o comprar. Apesar de poder parecer utópico a verdade é que há vários exemplos, tal como o de Gandhi, de que realmente resulta.
Tal terá como fim, não uma revolução nem a tomada de opções radicais, que não é do nosso interesse incitar, mas tão simplesmente a menor vantagem comercial de quem vende possibilitando a diminuição dos preços.
É visível nos últimos tempos como tem vindo a piorar o nível de vida económico e social da população portuguesa. Os preços dos bens e serviços sobem e os salários não acompanham estes aumentos. Surge o descrédito na melhoria da situação económica nacional, a falta de meios e o desespero de muitos…
É uma realidade que nos toca a todos e que tende, segundo parece, pelo menos a manter-se.
Temos ao lado do nosso país um exemplo de como se consegue em poucos anos alcançar a estabilidade económica e garantir boas condições de vida para os seus habitantes. Espanha atravessou um período social e económico complicado, tendo vivido numa ditadura até 1975. Apesar disso as medidas políticas que tomou entretanto garantiram-lhe a actual permanência entre os países mais desenvolvidos do mundo. E como este, muitos casos de países que, ao contrário do nosso tendem, apesar da difícil conjuntura económica internacional, cada vez mais a alcançar bons resultados de crescimento económico.
Resta a duvida se o nosso Estado se demitiu das suas tarefas fundamentais, consagradas estas no art. 9º da Constituição, da quais importa referir expressamente a seguinte:
"Promover o bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais."
Está na ordem do dia o aumento do preço dos combustíveis, reflectindo-se este no aumento do preço de todos os outros bens. E mesmo tendo em conta este facto o Governo insiste em manter a alta tributação aplicável aos combustíveis.
Sem dúvida que a única forma de inverter realmente a situação é através da tomada de medidas politicas, mas para o comum dos cidadãos há outras formas de protesto que não só o exercício do direito de voto.  Talvez havendo uma diminuição da rentabilidade, através da procura de soluções alternativas, haja vantagens para o consumidor resultantes na mais justa prática dos preços de mercado.
O uso da desobediência civil, sendo esta sempre uma forma de tomada de posição pacifica, é extensível a todas as áreas, sejam elas a promoção da justiça, de melhores condições sociais, económicas. Só se todos colaborarmos, promovendo uma mudança de mentalidade e uma vida social mais participativa, é possível acreditar e alcançar uma mudança na prática.

 

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MARIA CALLAS
a vida de uma Diva

 

Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada intérprete lírica do nosso tempo.
Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou os teatros mundiais de maior destaque. Para Maria Callas a expressão vocal era primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na Ópera tem que fazer sentido por forma a dar ao público algo que o mova, algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outras, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em torno de Maria Callas diz respeito a sua conturbada vida pessoal. Dona de um temperamento forte, que parecia o correlato perfeito para a intensa carga dramática com que costumava abordar suas personagens no palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após, doente, ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a soprano queria ofender o presidente italiano, presente na platéia.
O escândalo comprometeu sua carreira na Itália e, no mesmo ano, ela entrou em disputa com Antonio Ghiringhelli, dirigente do La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de Bing, Callas celebremente respondeu que sua voz não era um elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B. Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida relação com o milionário grego Aristóteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu muita matéria para a imprensa sensacionalista.
Trabalhava intensamente, e em mais de uma ocasião subiu aos palcos contra as recomendações dos seus médicos. Com uma forte gripe, escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro acto sofrível de Norma, de Bellini, em uma récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965, ao concluir a primeira cena do segundo acto de Norma, Callas desfaleceu e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à capacidade de despertar reacções intensas entre seus admiradores e críticos. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do círculo de amantes de ópera, ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres.
 Características únicas
Callas possuía uma voz poderosa que, embora não se destacasse pela beleza do timbre, possuía amplitude fora do comum. Isto permitia à cantora abordar papéis desde o alcance do mezzo-soprano até o do soprano coloratura. Com domínio perfeito das técnicas do canto lírico, possuía um repertório incrivelmente versátil, que incluía obras do bel canto (Lucia de Lammermoor, Anna Bolena, Norma), de Verdi (Un ballo in maschera, Macbeth, (La Traviata) e do verismo italiano (Tosca), e até mesmo Wagner (Tristan und Isolde, Die Walküre).
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era possível imprimir dramaticidade mesmo em papéis que exigiam grande virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma revolução sem precendentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os aspectos cénicos das montagens. Em particular, é claramente perceptível desde a segunda metade do século XX uma tendência entre os cantores em favor da valorização da sua formação dramatúrgica e da sua figura cénica - que se traduz, por exemplo, na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise, esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.

 

 

Música Portuguesa
a adesão que falta

 

Por António Jorge Lé*

Há temas musicais magníficos.
Brilhantes interpretações.
Composições bem desenhadas melodicamente e insistimos na música estrangeira.
As rádios insistem em emitir canções importadas e só raramente se dá destaque a quem lança um CD.
Os interesses e a eterna mania de consumir o que vem de fora ajudam à festa, e as composições que são escritas e cantadas em português não são divulgadas nem se cria apelo ao consumo, para que os criadores e artistas possam produzir mais trabalhos, originais e adaptados ao gosto que naturalmente vai evoluindo.
Esta atitude, aliada à pirataria que escapa ao esquema montado que preserva os direitos de autor, é danosa para os profissionais do circuito discográfico.
Há inúmeras composições bem escritas, excelentes poemas postos em música, compositores que possuem uma invejável capacidade de criar, que são inequivocamente talentosos, que produzem êxitos que ficarão para sempre, e não lhes damos o justo valor.
Vamos contribuir para que esta postura se altere?
Fica o desafio para que em Portugal se consuma mais arte portuguesa. Faz sentido!

* Jornalista

 

Ficha Técnica

O Estafeta - registo no E.R.C com o número 125321
Periocidade: Mensal
Director: Valdemiro E. Sousa
Proprietário e editor: APPH - Associação Portuguesa para a Promoção e Dignificação do Homem.
Sede e Redacção: Rua Arco do Marquês do Alegrete, Palácio dos Aboim, nº2 - 5.1 1100-034 Lisboa
e-mail:
associacaoppdh@sapo.pt
Telefone: 213428300
NIF: 508263840
Conta bancária do BPI: nº 0-3899481.000.001
NIB: 0010 0000 3899481000 50
Colaboradores desta edição: João Carlos Fonseca, Anabela Pedreira,  Ana Cabrita,  António Jorge Lé, José Proença, Roberto Frazão, Victor Sampaio, Ricardo Molino, Inês Pais de Abreu e  Mafalda Amorim
Tiragem desta edição: 5400 exemp.
Impressão: Grafedisport - Rua Consiglieri Pedroso, Casal de Santa Leopoldina, Queluz de Baixo - Barcarena
Distribuição: Logista, expanção da área ind. do Passil Lote 1 - A - Tel.219267800 Palhavã - Alcochete

 

publicado por promover e dignificar às 11:12

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